Reflorestamento - Geoprime - Engenharia e Meio Ambiente

Reflorestamento

Merece atenção, segundo estudantes da Faculdade de Engenharia da UERJ, as regiões de encostas, porque favorecem ao escoamento superficial que só é amenizado pela existência de vegetação. Mostram ainda que, com as construções, o solo fica impermeabilizado, aumentando o fator de escoamento superficial.

Isso pode fazer com que haja correntezas e maior erosão, chegando a causar deslizamentos, explicam.

Com o aumento do escoamento superficial, a infiltração e, por consequência, a recarga do lençol freático ficam prejudicados. Com atuações nas encostas e fundos de vales, os alunos aconselham:

“O reflorestamento adequado é a forma ideal de controlar os escoamentos superficiais de água para essa região”.

Nas regiões com cobertura vegetal – explicam, a camada superficial do solo possui grande capacidade de absorção, bem como as próprias plantas servem como obstáculos para o escoamento superficial; isso faz com que haja um aumento da infiltração de água no solo, recarregando os lençóis freáticos e uma diminuição do processo de erosão.

Os alunos apontam soluções: As valas de terraceamento têm por princípio auxiliar na recarga dos lençóis freáticos retendo o escoamento superficial e infiltrando-o em valas de pequena declividade alinhadas segundo a direção das curvas de nível. As valas de terraceamento são, normalmente, utilizadas em trechos menos inclinados que as soleiras

de encostas.

Outra solução apontada pelo estudo mostra que as bacias de recarga têm por objetivo reter e infiltrar o escoamento superficial que chega às regiões mais baixas e planas da bacia hidrográfica. Os alunos mencionam também como intervenção, a utilização de alçapões sedimentológicos para controlar o processo erosivo e a criação de parques e praças, compôs de futebol, áreas de lazer como bacias de retenção.

Para o controle de enchentes, o estudo sugere a construção de barragens de cheias, indicadas para as partes médias e superiores do curso d’água. Já as soleiras de admitância, são estruturas que correspondem a pequenos obstáculos de alguns metros de altura colocados transversalmente no sentido do escoamento. As soleiras objetivam acumular água na calha e nas margens.

Quando dispostas em série, atuam aumentado o tempo de acumulação hídrica e o tempo de propagação de cheias e, assim, diminuem os picos de enchentes nas regiões a jusante. As soleiras também operam na retenção de sedimentos e diminuição da velocidade do escoamento.

Nos trechos inferiores dos rios, segundo ainda proposta dos estudantes, deve-se analisar a presença de singularidade que possam afetar o escoamento, tais como: curvas bruscas, estreitamento de seção transversal, grande rugosidade e zonas de acumulação de sedimentos.

Ainda com base nas pesquisas, o estudo sugere intervenções na área da bacia, incluindo, por exemplo:

- Reflorestamento nas Áreas de Proteção permanente (APPs) para que estejam, realmente, cobertas por vegetação nativa e que, assim, permaneçam a fim de garantir a regularidade dos regimes dos rios, diminuindo o processo erosivo;

- Reflorestamento nas áreas desocupadas e construção de soleiras de encostas, valas de terraceamento e bacias de recarga, entre outras soluções, visando a regularização de vazões nas régios com ocupação rural;

- Recomposição da vegetação ciliar de todos os rios, onde não houver ocupação urbana estabelecida;

- Barragem de cheias- pequenas e médias, devem ser previstas nos trechos alto e médio dos rios de maior contribuição;

- Solucionar o lançamento de esgotos nas calhas fluviais realizar o saneamento dos resíduos sólidos, assim como promover a remoção de imóveis ilegais;

- Implementar educação ambiental para toda a população da região, bem como melhorar o sistema de monitoramento ambiental existente de forma permanente;

- Atuação para aumento de permeabilidade nas regiões urbanas, por exemplo construindo bacias de detenção nas áreas de lazer;

- Promover inspeção periódico nos rios, observando a redução das seções transversais devido a pontes existentes, assoreamento por causa de lixo e sedimento;

É necessário haver fiscalização ativa e eficaz, devendo ser, inicialmente, educativa e após isso, punitiva, com a aplicação de multa e interdição, recomenda o estudo.

Referência bibliográfica:

Estudo indica soluções em defesa da Bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul:

Reflorestamento. Revista Guandu Conhecimento – Guandu uso do solo. Rio de Janeiro.

Ano III, nº 4, janeiro 2015. Páginas 30-32. Janeiro/2015

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